quarta-feira, 14 de abril de 2021

Partilha 3, 2021-04, DECRESCIMENTO, pré-publicação O Covid-19 - a melhor calamidade que nos podia ter acontecido? por Pedro Jorge Pereira

 

pré-publicação
O Covid-19 - a melhor calamidade que nos podia ter acontecido?
por Pedro Jorge Pereira 
 
Partilha 3, 2021-04
DECRESCIMENTO 
 
EDIÇÃO e PUBLICAÇÃO do LIVRO “COVID-19: A MELHOR CALAMIDADE que NOS PODERIA TER ACONTECIDO?”
O livro é um veículo de comunicação ancestral e poderíamos também acrescentar … intemporal. Em vários momentos de evolução tecnológica foi vaticinado o “fim do livro” mas a verdade é que essa previsão – felizmente diria – nunca se concretizou, mesmo que determinados hábitos possam ter sido criados e novos formatos tenham surgido.
Assim o principal objectivo do livro COVID-19: A MELHOR CALAMIDADE que NOS PODERIA TER ACONTECIDO? é o de “oferecer” o seu contributo para uma reflexão individual e colectiva que, acredito convictamente, poderia e deveria estar a ser efectuada durante todo este “choque”. A certos níveis creio que ela está já a acontecer mas a outros parece-me que existe uma pressão excessiva para que se tente simplesmente regressar “ao normal”, ou o mais próximo disso que conseguirmos, quase como se nada se tivesse passado … ou não houvesse nada a aprender e sobretudo … a mudar.
O livro está distribuído por áreas temáticas que têm por objectivo incidir sobre aspectos e questões que toda a situação da Pandemia do COVID-19 e crise subsequente poderá ter tido, eventualmente, o efeito de tornar ainda mais evidente. Nomeadamente áreas em relação às quais a nossa realidade não tem vindo a mudar porventura ao ritmo que é urgente e necessário que mude, quer a nível individual, quer a nível colectivo. 
Se tiveres alguma sugestão ou ideia de alguma forma em que possas colaborar/ajudar na publicação deste projecto fico-te desde já muito grato. Abraços
Pedro Jorge Pereira 
 
Partilha 3, 2021-04
DECRESCIMENTO 
 
O conceito de “Decrescimento” surge evidentemente de uma forma antagónica aos conceitos económicos vigentes que têm por matriz primordial um constante crescimento económico … isto mesmo num contexto em que os recursos são tudo menos … infinitos. É portanto um conceito muito revolucionário e que permite toda uma nova forma de olhar para o modelo de funcionamento económico da nossa sociedade.
Ou seja, numa perspectiva “decrescentista” o que necessitamos é justamente de reconfigurar aquilo que são as nossas verdadeiras necessidades … aquilo que é verdadeiramente relevante para um efectivo bem-estar social … e inverter esse ciclo desenfreado de constante produção e consumo … esse ciclo que se baseia num pressuposto evidentemente errado de produção e consumo … infinito …
Por outras palavras … a realidade é que muito provavelmente podemos viver melhor … mas na verdade produzindo menos e necessitando de muito menos coisas … consumindo muito menos recursos também.
A verdade é que o próprio dogma do “crescimento económico” constante e infinito radica numa abordagem completamente “extractivista” … que perspectiva a Natureza como algo do qual se pode extrair constantemente e de forma desenfreada aquilo que quisermos … no fundo um conceito profundamente antropocêntrico que assume que a Natureza existe para a mera satisfação das necessidades da espécie humana … na verdade creio que nem podemos dizer satisfação das necessidades humanas mas sim satisfação das “vontades humanas” … e claro … existe também uma tremenda subjectividade em utilizarmos o termos “humanas” porque é importante salientar as profundas desigualdades de acesso e formas diferentes de participação no processo de produção – consumo capitalista entre diferentes países, classes sociais, etc.
Precisamos pois de reestruturar por completo o modelo de funcionamento e de organização das nossas sociedades.
Claro que, sem o parecer ou até assumir, o modelo do crescimento económico constante é considerado como que um dogma intocável e apresentar um conceito diferente ou antagónico é ainda considerado como que impossível … e o espaço e visibilidade que é dado a essas alternativas de organização económica (e social) é tendencialmente muito limitada nos órgãos de comunicação social … funcionando os próprios, cada vez mais, também numa lógica essencialmente capitalista e de produção … produzir notícias para consumo … para gerar audiências … para aumentar a atractividade e valor dos espaços publicitários nesses mesmos órgãos de comunicação.
Evidentemente que esta é uma lógica profundamente neoliberal e portanto existe logo à partida um enorme “conflito de valores” e uma tendência para não permitir grande margem de expressão a uma lógica que se opõe de forma frontal ao sistema dominante. No entanto, independentemente da visibilidade ser bastante inferior à que provavelmente deveriam ter, o mais importante é que existem diversas iniciativas, movimentos, pessoas que vivem de uma forma extremamente coerente com o pensamento “decrescimentista. Em termos concretos o que isso significa é que o conceito não é uma mera concepção teórica que, ao contrário do que provavelmente apregoam os seus detractores, se vislumbra como utópica ou “desastrosa” se colocada em prática … Há de facto por exemplo comunidades que vivem e “produzem” em função daquilo que é meramente necessário e de uma forma em larga medida independente do sistema capitalista globalizado. Resumindo: comunidades e experiências que podemos afirmar como que estando a colocar em prática, mesmo às vezes sem disso terem noção, os princípios e valores do Movimento pelo Decrescimento.

Sessão sobre Relacionamentos Amorosos Conscientes (Evento de Beneficiência), 6ªfeira, 09 de Fevereiro de 2024, 19h00

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