segunda-feira, 29 de julho de 2019

O jovem pastor e o diabinho dos bosques


Cobiçar os bens, qualidades ou regalias alheias não nos traz qualquer vantagem, muito pelo contrário. A mesquinhez de espírito, que torna insuportável o bem alheio aos nossos olhos, é algo que temos de combater activamente pois constitui uma terrível fonte de mal-estar e de infelicidade. Um pequeno conto ilustra o horror deste estado de espírito.

Era uma vez um jovem pastor de cabras que um dia encontra um diabinho dos bosques. O diabinho diz-lhe que lhe vai conceder um desejo mas que o que ele pedir será concedido ao vizinho a dobrar. “Pensa bem no teu pedido que eu volto amanhã de manhã!” O pastor perde-se em conjecturas: “Podia pedir uma casa … Não, senão o idiota do meu viznho teria duas! Era melhor pedir para ser muito inteligente … pois, mas o imbecil do meu vizinho seria sempre mais inteligente do que eu! E se eu pedisse uma mulher bonita? Não, também não porque ele, sem ter feito nada para o merecer, teria duas!”
O pastor esquece-se de recolher as cabras, não pensa em comer e não consegue pregar olho durante toda a noite, preocupado que está em descobrir o que vai pedir.
No dia seguinte, de manhã, o diabinho aparece. “Então, qual é o teu desejo?” E o pastor, completamente exausto de tanto pensar, responde:”Arranca-me um olho”.


Em “A Alquimia da Dor – Conselhos Budistas para Transformar o Sofrimento”; Paldron, Tsering; Pergaminho, 2004, p.121

Sessão sobre Relacionamentos Amorosos Conscientes (Evento de Beneficiência), 6ªfeira, 09 de Fevereiro de 2024, 19h00

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