terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Plantação no Planalto da Serra da Freita / 12-12-2021

Muitas vezes as pessoas questionam-se sobre o seu próprio poder/capacidade de fazer a diferença no mundo. Muitas vezes questionam também sobre o que poderiam fazer de diferente/melhor … Na verdade creio que uma reflexão consciente sobre o estilo de vida de cada pode ser uma boa forma de percebermos e adquirir noção do tanto que podemos mudar... mas se da lista do tanto que poderia ser feito de diferente tivesse que escolher uma só acção, no topo da minha lista estaria sem dúvida … Plantar Árvores.

Plantar Árvores … tantas quanto pudermos … é muito provavelmente das acções mais valiosas que podemos fazer para contribuir para o equilíbrio ecológico dos ecossistemas.

No passado dia 12 de Dezembro foi o dia de mais uma Acção organizada pelo Movimento Gaio. Desta feita no Planalto da Serra da Freita, Baldio de Albergaria da Serra, perto das Pedras Boroas do Junqueiro.

Fisicamente foi uma actividade exigente … terreno alagadiço nalgumas zonas, muitos calos nas mãos … mas a força retemperada em cada “caldeira” aberta para nela alojar uma árvore … e numa paisagem quase por completo despida de árvores cada exemplar plantado é muito mais que uma árvore … é uma semente de esperança … esperança de que possa, com a ajuda da própria Natureza, crescer e com ela semear também a própria vida em redor. E como partirei com um enorme sorriso no coração se souber que os meus filhos descansam, do sol inclemente, na sombra de uma árvore que eu tiver plantado.

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quarta-feira, 10 de novembro de 2021

(Já não)Apita o Comboio / 10-11-2021


Se me pedissem/se tivesse que escolher entre aquilo que foram as decisões mais desastrosas tomadas em Portugal no século transato e a forma como essas decisões se repercutem negativamente na nossa realidade actual teria por certo muita dificuldade em o fazer. Se o tivesse que fazer especificamente em relação à questão “ambiental”, apesar de ser, a meu ver, uma área profundamente interligada a tantas outras, para não dizer a todas outras, a dificuldade seria ainda maior. Desde a quase completa “aniquilação” da floresta autóctone com as plantações de monoculturas industriais (com destaque para o eucalipto), à “plantação” de mamarrachos um pouco por todo o lado com destaque da linha costeira (parece que se plantou tudo menos o que se devia: árvores autóctones), passando pela brutal “intensificação” da agricultura com destaque para o mais recente atentado ambiental que é o desastre das monoculturas no Parque Natural da Costa Vicentina … enfim, por certo o mais difícil é mesmo escolher entre as inúmeras opções disponíveis.

Ainda assim de entre todos um que me ocorre de forma quase instantânea foi/é a “Destruição Programada da nossa Rede Ferroviária”. Em vez de se ter feito o que se devia ter feito, que seria modernizar essa Rede, optou-se pura e simplesmente pelo encerramento criminoso de Linhas isolando ainda mais (principalmente) as populações periféricas. Contribuindo ainda mais para o chamado êxodo rural. Claro que chegados a este ponto o principal argumento que é quase sempre esgrimido na defesa dessa política é o de que … “Mas as Linhas não eram rentáveis, davam prejuízo”. E as auto-estradas são rentáveis para o estado? E os equipamentos públicos e as obras estruturantes têm que ser rentáveis ou são, ao invés disso, um investimento fundamental para o desenvolvimento das diversas localidades? Ou um investimento fundamental para assegurar o direitos das diferentes populações, mesmo as mais “isoladas”, ou sobretudo as mais isoladas, à mobilidade?

Já não falo do desastre ambiental relacionado com o aumento das emissões de gases poluentes já que as viagens que deixaram de poder ser feitas de comboio passaram a ser feitas de auto-carro (quando o há) ou automóvel.

Claro que a meu ver esse encerramento teve muito de criminoso e explica-se pelo lobbie do alcatrão ter imposto a sua “Lei” … a construção desenfreada de estradas e auto-estradas, mesmo em locais onde o nível de investimento (custo) era aí sim muito superior à real necessidade, prendeu-se no meu atender com o facto de terem sido um dos principais “manás” oferecidos às grandes construtoras. Que são em larga medida quem determina decisões e quem “manda” nos ministérios.

Quando olho para o mapa da Rede Ferroviária Nacional de há algumas décadas atrás não consiga deixar de sentir uma profunda tristeza e mesmo “dor de alma” … como foi possível destruir uma rede que cobria uma extensão tão importante do território? Como foi possível aos tecnocratas, aos boys, aos tachistas da capital decretarem criminosamente a morte “do comboio”? Foi possível porque normalmente para chegar a um desses cargos é necessário abdicar do coração e provavelmente também vender a alma … não ao diabo mas aos grandes lobbies e interesses que no fundo mandam no país.

E foi possível porque uma população cansada do seu isolamento, conformado ao fado do seu esquecimento por parte do poder central, foi permitindo … porque uns brindes oferecidos pelos candidatos nas épocas de eleições sempre são melhores que o nada do costume.

Como que choro de cada vez que vislumbro um mapa como este (não consigo determinar ao certo o ano mas foi certamente anterior à ditadura do Cavaquistão) … choro em silêncio e na contemplação de pensar como poderíamos ter um país tão melhor se as decisões fossem tomadas em prol das populações e não do grande capital. Noves fora é esse o resultado principal da equação.

(Já não) Apita o comboio … e como que ainda ouço o seu apitar quando passo por uma estação abandonada, e ouço o bulício das gentes da terra carregadas de sacos a sair das composições, e ouço o silêncio sussurrando-me lamentos … e vejo os fantasmas de quem já ninguém se lembra. E choro mais uma vez.


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quarta-feira, 27 de outubro de 2021

“COVID-19: A MELHOR CALAMIDADE que NOS PODERIA TER ACONTECIDO?” Partilha 6, MENOS é MAIS, 2021-10

 MENOS é MAIS

Possivelmente há muitas formas de o designar mas ainda na lógica dessa profunda e urgente redução da escala de consumo há uma espécie de “slogan” chave capaz de resumir de forma bastante certeira a ideia principal inerente a esse movimento por assim dizer: o “Menos é Mais” traduz de verdade a ideia chave daquilo que pode também ser referido como uma espécie de movimento que busca num certo minimalismo e um estilo de vida bastante diferente, ou até mesmo oposto àquilo que tem sido a ideologia dominante nas décadas mais recentes de “consumir desenfreadamente” … consumir quase como um desígnio económico associado ao crescimento económico mas que, de facto, não contempla praticamente nenhum dos impactos e consequências nefastas associadas e a esse mesno processo de produção e de consumo.

Então “menos” bens de consumo pode possibilitar paradoxalmente, ou não, uma melhor qualidade de vida já que não “desperdiçamos” tanto tempo, energia e recursos a acumular bens materiais e/ou serviços de utilidade no mínimo duvidosa, de utilidade questionável. Em muitos casos funcionam mais na verdade como um vício do que propriamente do que corresponderem a uma necessidade objectiva e concreta.

Mais uma vez a clássica dicotomia SER vs TER. Provavelmente se despendermos menos tempo, energia e recursos focados simplesmente no “TER”, no “COMPRAR” … provavelmente poderemos investir em áreas certamente bem mais relevantes da nossa vida … como simplesmente despender tempo de qualidade da nossa vida com aqueles que amamos … a fazer coisas simples e que ironicamente numa grande parte dos casos são … gratuitas … tais como brincar, jogar, falar, cantar, passear, etc. Actividades transversais à própria história da humanidade mas que têm vindo a ser substituídas, especialmente nas décadas mais recentes e particularmente no período correspondente ao “pós-guerra” (II Grande Guerra Mundial) pelo entretenimento individualizado como por exemplo os vídeo-jogos, os canais não generalistas, e netflix, etc.

A ideia de que temos que estar sempre a “fazer” alguma coisa assenta claro num conceito profundamente “produtivista” … da produção (nomeadamente a produção constante e até crescente) como um pilar ideológico da nossa organização social e económica. Temos que estar sempre a produzir logo temos que estar também constantemente a consumir … naquilo que constitui a ideia já anteriormente mencionada do consumo como filosofia de vida. Como prática normativa e até conduta ideológica.

O “Menos é Mais” surge evidentemente em oposição a esta filosofia ainda bastante dominante mas também cada vez mais questionada. Ao mesmo tempo que evidencia a vários níveis ter falhado naquilo que é supostamente o seu maior propósito: o de gerar um bem-estar generalizado. Na verdade ela baseia-se num pressuposto de constante insatisfação … numa satisfação quimérica que deverá advir através do consumo mas que na verdade só conduz a uma espiral de constante consumo e de constante dependência em relação ao mesmo como elemento integrativo. No essencial não é, nada mais, nada menos, do que uma dependência semelhante a tantas outras .

O “menos é mais” pode ser visto como uma estratégia válida de eliminar ou pelo menos reduzir drasticamente essa dependência que se tornou num elemento cultural fulcral nas últimas décadas …

Então aquilo que poderia ser visto como um esforço por vezes quase ascético gerador de infelicidade (na medida em que se transmite uma ideia de sacrifício e privação) é provavelmente precisamente o oposto: É um esforço que nos permite encontrar uma libertação daquilo que é redundante e que constitui vezes sem conta em boa verdade uma espécie de vício e dependência.

Claro que é importante salientar que nos estamos a focar numa realidade geográfica onde efectivamente existe essa constante hiperbolização, por assim dizer, do processo de consumo. Nomeadamente naquilo que normalmente se define como os países “desenvolvidos” ou, essencialmente, os países ditos “ricos” do hemisfério norte. O que não pode ou não deve contudo servir para sonegar o facto de também nesses países existirem profundas e até violentas desigualdades sociais. Apesar de poderem à primeira vista parecer relativamente ténues se comparadas aos níveis de desigualdade “sistémica” e de pobreza extrema da maior parte do hemisfério sul.

De qualquer forma é importante salientar que não está em causa esperar que aqueles que já têm tão pouco tenham ainda menos. Mas na verdade estes têm muito a ensinar no que diz respeito a saberem viver tantas e tantas vezes relativamente bem com pouco … e a conseguirem encontrar a felicidade em “coisas” e valores provavelmente bem mais importantes do que possuir este ou aquele objectivo, este ou aquele produto, desta ou daquela marca.

Sem menosprezar contudo - é importante salientar bem - que existem em muitos países, demasiados ainda, níveis obscenos de pobreza e miséria... nesses casos o caminho deverá ser no sentido de prover essas pessoas e sociedades de bens dos quais se encontram tantas vezes privadas. Muitas vezes nem sequer porque não existe efectivamente disponibilidade desses bens e produtos mas fundamentalmente pelas profundas desigualdades, muitas vezes dentro do próprio país, de acesso aos mesmos. São tipicamente países onde existe uma minoria que chega até a viver em circunstâncias de absurda opulência ao mesmo tempo que a grande maioria da população vive numa situação que podemos mesmo definir como de segregação económica pura e dura.

Nesse caso menos, bem menos, para os que têm demais seria uma forma de proporcionar aos que têm efectivamente menos muito mais. Porventura o essencial para uma vida condigna. Mas claro, aí já nos estamos a focar em mudanças que têm necessariamente que ser de ordem sistémica. E leva-nos à questão de como mudar todo um sistema de organização económica e social que tem sido vigente nas últimas décadas? Bem, certamente não existe uma só solução e nem uma só resposta mas creio que por exemplo o “menos é mais” pode constituir uma alternativa válida e uma forma de criar um disrupção importante com o sistema capitalista global. Pelo menos uma boa filosofia no sentido de diminuir a dependência relativamente ao mesmo e de evitar, de alguma forma, contribuir para a sua perpetuação.

 

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Ah!!! mas (não) são verdes! /15-10-2021

 

Podem os chamados espaços verdes ser na verdade mais um problema ecológico e não uma solução? Por muito paradoxal que a resposta possa ser... sim podem... e em muitos casos até são. Tudo depende da visão, concepção e mesmo gestão desse espaço verde... sobretudo dos paradigmas dominantes. Não sei bem as razões históricas e culturais para isso (suponho que radica em larga medida numa visão antropocêntrica da espécie humana como "domadora" e dominadora de uma Natureza rebelde) mas para muitas pessoas e entidades, nomeadamente autarquias, um espaço verde "cuidado" é um espaço todo "arranjadinho", com a relva rasa, praticamente sem vegetação espontânea que é vista como um inimigo a exterminar sem piedade. E é aqui que começa o problema, ou problemas, ecológicos... Normalmente nesses espaços são usadas quantidades obscenas de herbicidas e de outros produtos químicos de síntese. Acresce que devido, desde logo, a uma maior exposição solar e muito menor capacidade de retenção de água o consumo da mesma tende a ser muito superior. Para além disso são espaços que tendem a ser muito mais pobres em termos de biodiversidade, já que a vegetação espontânea é normalmente um elo e elemento de elevada importância no equilíbrio de um ecossistema. Por tudo isso e muito mais urge uma profunda mudança de mentalidades na forma de olhar e conceber um "espaço verde". Felizmente nalguns locais essa mudança começa a acontecer e um bom exemplo disso é o do Parque da Devesa em Famalicão. Creio que também o Parque de Avioso no município da Maia. Também o município de Lousada está, ao que sei, a adoptar uma paradigma de manutenção de espaços verdes "inovadora" ao permitir a existência de áreas onde a vegetação pode despontar "livremente" sem correr o risco de ser literalmente arrasada ao primeiro despontar. Assisti a um documentário no “Biosfera” sobre isso mas já não consegui encontrar o episódio. Ainda há por certo um longo caminho a trilhar mas no que à Natureza diz respeito e em particular em relação à Biodiversidade a verdade é que tempo é em certa medida um "luxo" que vai diminuindo a uma velocidade vertiginosa... o ritmo de perda da Biodiversidade e de destruição dos ecossistemas (ou simplesmente profunda alteração e desequilíbrio nos mesmos) é muito superior ao de alguma regeneração ecológica que se vai desenvolvendo sobretudo através de projectos com uma visão e dinâmica efectivamente regenerativa. Por vezes tudo o que a Natureza nos pede para fazer é... nada. Deixá-la simplesmente despontar livremente... ou pelo menos reduzirmos a intervenção e ação sobre a mesma. Haja inteligência e visão para compreender o que fazer em cada situação e em cada momento. Fica o repto.


Sobre a boa política do Parque da Devesa em Famalicão:

https://vilanovaonline.pt/2021/07/16/parque-da-devesa-protege-biodiversidade-deixando-crescer-vegetacao/


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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Tempestade no mar, gaivotas em terra... / 27-09-2021

 

Quanto e quanto tempo da nossa vida passamos a lamentar, ou mesmo praguejar, pelas coisas que não são como ou o que "gostaríamos" que fossem... uma das mais recorrentes é a forma como protestamos com alguma indignação até pelo "mau tempo"... pela forma como amaldiçoamos a chuva... quando muito provavelmente deveria ser até o oposto... a água é absolutamente imprescindível à vida, à nossa também, e no entanto maldizemos da forma como cai... um dos "segredos" da vida é justamente usufruirmos da vida e tirarmos o proveito mais benéfico da mesma nas circunstâncias em que ela se nos apresenta (sem prejuízo de podermos viver e trabalhar para modificar circunstâncias adversas)... sempre que a chuva cai sinto gratidão por ela e mesmo não gostando especialmente de ficar molhado gosto da chuva... de sentir as gotas, do som, do cheiro da terra húmida, da tez pardacenta da paisagem em volta... e claro, do mar, sempre o mar, em dia de tempestade.

Uma das imagens mais belas e poéticas da minha vida: a de uma bela rapariga dançando nua quando começou a chover copiosamente na montanha... na quinta onde vivi. E pergunto-me porque não me despi também e dancei na chuva? Nunca o fiz e por certo é uma das coisas que quando "partir" não gostaria de deixar por ter "feito" na vida... O que espero? Pela oportunidade "perfeita" ou por conseguir ignorar as desculpas que dou a mim mesmo para não o fazer (e há sempre tantas à disposição!)? Que possamos dançar despidos na chuva mais e arranjar desculpas menos. Que possamos não adiar mais a oportunidade de fazer algo que nunca fizemos na vida... até porque ao adiarmos para "amanhã" facilmente nos esquecemos que o fazer "amanhã" é sempre um verbo conjugado de forma condicional..


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sexta-feira, 3 de setembro de 2021

pés para que te quero? / 02-09-202

 

Deslocações. A grande maioria de nós passa uma grande parte da sua vida deslocando-se de um local para o outro. Essas deslocações na grande maioria das vezes tendem a ser deslocações rotineiras... deslocações de casa para o local de trabalho ou de estudo. Habitualmente é-nos incutida a ideia de que uma deslocação deve ser o mais rápida possível... e essa é uma das principais razões para a frenética "automobilização" da nossa sociedade. Os carros, e as vias para eles circularem, ocuparam o nosso espaço físico, acústico e mesmo "mental". Cultural se quisermos. Dito de outra forma ... a noção de espaço encontra-se intimamente associada à noção de ... tempo. E o ritmo, a velocidade, que nos impomos, porque nos impõem, é sempre de cada vez maior vertigem ... cada vez mais rápido, mais rápido, mais rápido. A verdade é que ... tão focados que estamos no destino ... acabamos por passar ao lado (literalmente) de todos os detalhes ... dos detalhes, dos pormenores, dos segredos da nossa cidade, do espaço que percorremos ...

Segredos e lugares que nos contam estórias, que guardam silenciosas memórias de quem fomos ... segredos e lugares com os quais não paramos para dialogar. Não paramos para dialogar, para observar .... para sentir os odores, para escutar as formas, para compreender as energias ... E é esse diálogo que mais me encanta nas minhas deambulações a pé ou de bicicleta ... essa oportunidade de falar com os lugares ... de contemplar a sua solenidade, a sua sabia antiguidade, de perceber todas as memórias que os caminhos e os recantos guardam esquecidas ... Infelizmente quase sempre que tomo esses desvios, ou simplesmente contemplo os lugares mais habituais, deparo-me com abandono e esquecimento ... parece que nessa frenética corrida rumo a algo que ninguém sabe bem o quê acabamos por nos esquecer de tantas das nossas raízes, da nossa identidade e dos lugares que deixamos lá .... escondidos.

Infelizmente vivemos também num país que parece esculpido à imagem e semelhança do automóvel ... em que o peão, o ciclista é "atirado" literalmente para a berma. Ao percorrer uma parte do caminho de Santiago a partir do Porto segui uma grande parte do percurso na berma da estrada ... quase suplicando aos automóveis pela amabilidade de me concederem o favor de espaço para caminhar ... em locais sem qualquer passeio. Curioso e triste é também em todo o trajecto não ter encontrado uma só fonte. Parece que por cá é sempre melhor investir em placas pomposas que anunciam isto e aquilo mas no essencial pouco ou nada se investe ou melhora os locais.

Para além de tudo isso uma das coisas que mais me choca, sim, continua a chocar, é o lixo ... as generalizações são sempre algo perigosas mas ainda assim creio que não arrisco muito ao afirmar que somos efectivamente um país de badalhocos e badalhocas ... o lixo está por todo o lado ... resíduos a conspurcar a Natureza, ou o que resta dela. É algo que me chocou desde que me lembro de existir mas após algumas décadas gostava de acreditar que neste ponto as coisa estariam um pouco melhores ... e ao ser confrontado com a realidade fica difícil acreditar nisso .... tanto mas tanto que há a fazer para cuidar, valorizar, conhecer o nosso património histórico, natural e cultural ... mas sabemos mais do último grito da tecnologia, do novo telemóvel, ou da vida das personagens das revistas de fofocas, ou dos jogadores de futebol, do que das nossas raízes ... e uma árvore sem raízes fortes é uma árvore tísica, vulnerável, facilmente derrubada pelos ventos da moda. Bem, a partilha já vai longa e o meu principal objectivo era só recordar-me e recordar a quem as minhas palavras possam tocar que é tão importante colocarmos "pés a caminho", ou "pés nos caminhos" e conhecermos verdadeiramente o território, as geografias, as histórias, as gentes que ainda resistem... pôr pés a caminho agora ... pois cada dia que passa há menos histórias, há menos gentes, há menos memória ...


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quinta-feira, 2 de setembro de 2021

às folhas tantas / 01-09-2021

Hoje fui até ao Parque do Covelo. Quando caminhávamos pela relva via-se um manto completamente desprovido de folhas. A razão bem simples e habitual: a espaços viam-se pequenas formações de folhas amontoadas.

Aquilo que parece um gesto banal e natural nos nossos chamados “espaços verdes” é, a meu ver, profundamente sintomático da forma como somos quase analfabetos no que à Natureza diz respeito... e passo a explicar:

As folhas que numa visão antropocêntrica talvez aparentem ser um resíduo e como que algo inestético num relvado que alegadamente se quer liso e, sobretudo, “limpo” são, na verdade, precisamente o oposto … são na verdade um elemento fundamental numa cadeia de interacções e dinâmicas próprias dos ecossistemas.

As folhas que caiem são fundamentais aos mais variados níveis. Desde logo são elas que quando se decompõem vai nutrir a terra com nutrientes essenciais. Para além disso permitem a retenção da tão fundamental humidade do solo. Pode-se ainda acrescentar que protegem o solo de uma excessiva radiação solar e aquecimento em geral. Também para todo um conjunto de espécies que por sua vez vão enriquecer o solo elas oferecem protecção, alimento e humidade. Há um outro aspecto bastante ligado a esse e que se prende com a forma como nos ditos espaços verdades a vegetação é quase obsessivamente cortada e as consequências que isso implica … mas por agora não me vou focar nessa questão.

Outro aspecto muitas vezes esquecido prende-se com o facto dessas folhas conterem sementes …

Nunca mais me esqueci de algo que aprendi há já cerca de 17 anos na Eco-Comunidade de ZEGG, relativamente próximo de Berlim.

Na área da comunidade existia inicialmente uma floresta monocultural de pinheiros creio. Começaram então a solicitar aos serviços camarários da cidade que lhes fornecessem as folhas que apanhavam dos diversos jardins geridos pela autarquia. Aquilo que era visto como um “desperdício” começou na verdade e ser compreendido como um recurso de enorme valor.

O pedido foi acedido e começaram então a utilizar essas folhas … espalhando-as no bosque e outras usando para composto.

O que sucedeu foi que passados alguns anos nessa mesma floresta começou a surgir toda uma diversidade de espécies muito graças às sementes contidas nas folhas.

Sempre que vejo os recursos que os serviços camarários (e não só) investem diariamente para remover as folhas do chão … não sei se por motivos estéticos (o que acho uma pena porque acho tão mais belo o chão coberto de um manto de folhas e pequenos ramos), se por motivos culturais (porque já se faz assim há muitos anos), se por motivos de simples ignorância porque muitas pessoas acham que se o chão tem folhas é porque não é cuidado e está “sujo” … seja por que for … considero um tremendo desperdício de tempo e de recursos humanos em algo que ecologicamente me parece evidentemente um enorme equívoco … e penso … investe-se tanto tempo e recursos em algo que resulta num enorme empobrecimento do ecossistema ao mesmo tempo que existem imensos espaços, nomeadamente públicos, que carecem de um enorme tempo e investimento tendo em vista a sua recuperação, nomeadamente ecológica … sobretudo através da eliminação de espécies invasoras e remoção de resíduos da mais variada espécie.

Quando vejo a forma como trabalham os serviços camarários (e não só) só me ocorre como sabemos ler tão pouco … a Natureza. Como funcionam os ecossistemas … o que podemos e devemos fazer para a sua valorização, recuperação, regeneração.

E geração após gerações continuamos a fazer … merda. A prejudicar mais do que a beneficiar. Felizmente há excepções mas ainda continuam a ser demasiadamente isso: excepções.

Parece-me que seria fundamental os currículos educativos conterem uma disciplina de ecologia e cidadania … ou ecologia e estilo de vida … de forma a podermos aprender a ter um estilo de vida mais consciente, com muito menor impacto ecológico, mais integrado nas dinâmicas e equilíbrio dos ecossistemas … também de forma a podermos ter um papel cada vez mais benéfico nos ecossitemas …desde logo começando por deixar as folhas onde elas devem estar e onde têm uma função fundamental: no solo!


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quarta-feira, 28 de julho de 2021

Ecoliza-te, Ep.6 Como nos conectarmos com a Natureza … em consciência, por PJP


 

E aqui segue mais uma vídeo/reflexão do Projecto PJP.ECOLUTION,


Se consideras o nosso vídeo útil:

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sugestões de futuros temas de reflexão, são também muito bem-vindos!

Obrigado e Boa Ecolução!!!


Alguns dados:

Estimasse que em 2025 cerca de 65% da população mundial viverá em cidades. Como será que podemos manter o contacto com o nosso mundo rural e natural, ou semi-natural, de forma consciente e activa?


PJP.ECOLUTION

email. pjp.ecolution2019@gmail.com

f.b..https://www.facebook.com/pjp.ecolution/

Youtube. https://www.youtube.com/channel/UCHFM3JscwSgp6yuqDqScw1w

blog. https://pjp-ecolution.blogspot.com/


PJP.ECOLUTION

É um projecto que tem como principais objectivos, alicerçados numa profunda consciência espiritual e planetária, a mudança e o desenvolvimento pessoal e colectivo. Caracteriza-se por áreas de incidência tais como o ecologismo, o desenvolvimento integral e a consciência humana.

 

segunda-feira, 19 de julho de 2021

“COVID-19: A MELHOR CALAMIDADE que NOS PODERIA TER ACONTECIDO?” Partilha 6, BIOCENTRISMO, 2021-07

 

O principal objectivo do livro COVID-19: A MELHOR CALAMIDADE que NOS PODERIA TER ACONTECIDO? é o de “oferecer” o seu contributo para uma reflexão individual e colectiva que, acredito convictamente, poderia e deveria estar a ser efectuada durante todo este “choque”. A certos níveis creio que ela está já a acontecer mas a outros parece-me que existe uma pressão excessiva para que se tente simplesmente regressar “ao normal”, ou o mais próximo disso que conseguirmos, quase como se nada se tivesse passado … ou não houvesse nada a aprender e sobretudo … a mudar.

O livro está distribuído por áreas temáticas que têm por objectivo incidir sobre aspectos e questões que toda a situação da Pandemia do COVID-19 e crise subsequente poderá ter tido, eventualmente, o efeito de tornar ainda mais evidente. Uma reflexão fundamental no sentido de perceber potenciais linhas de mudança.

Se tiveres alguma sugestão ou ideia de alguma forma em que possas colaborar/ajudar na publicação deste projecto fico-te desde já muito grato. Abraços

Pedro Jorge Pereira


E aqui segue a “partilha” deste mês:



COVID-19: A MELHOR CALAMIDADE que NOS PODERIA TER ACONTECIDO?”

Partilha 6, BIOCENTRISMO, 2021-07

Intimamente associado a uma nova ética/paradigma encontra-se a forma como nós, enquanto espécie humana, olhamos para as outras espécies e para o próprio planeta no seu todo. Cingindo a análise particularmente ao chamado “Mundo Ocidental” … que de alguma forma tem vindo a liderar o processo de globalização … podemos afirmar com um grau elevado de segurança que a matriz dominante tem sido essencialmente antropocêntrica. Dito por outras palavras e seguindo um pensamento profundamente associado aos paradigmas religiosos dominantes, a espécie humana coloca-se a si mesma no centro da vida no Planeta Terra e assume possuir perante essa uma considerável superioridade ética e moral. Essa superioridade como que legitima a forma como esta se relaciona e explora as outras espécies … como as subjuga e submete a um inarrável grau de sofrimento e de exploração. Ou seja, creio que não é arriscado afirmar que essa postura antropocêntrica é uma das principais razões que explicam o elevado grau de destruição dos ecossistemas naturais. Nesse aspecto creio que essa mesma cultura “ocidental” teria imenso a aprender com as chamadas culturas indígenas. É muito frequente quando observamos a forma de estar e ser dessas tribos confrontarmos-nos com uma postura filosófica completamente diferente, no sentido em que é muito mais frequente observamos uma matriz filosófica predominantemente biocêntrico e não antropocêntrico. A espécie humana mesmo que possua uma superioridade prática em relação às outras espécies, mesmo que exerça um certo nível de exploração, efectivamente coloca-se ou percepciona-se numa posição muito mais humilde e de muito maior respeito relativamente às outras espécies e ao ecossistema no seu todo. Tende a percepcionar-se como um filho da Mãe Natureza e não como o seu amo e senhor. Tende a percepcionar as outras espécies como que “irmãos” e em várias situações ocorrem por exemplo importantes rituais de agradecimento ao animal “irmão” que é abatido para alimentar os membros da tribo. Há também uma postura de muito maior humildade no sentido de não retirar de natureza mais do que o estritamente necessário. O que representa uma realidade completamente diferente da postura exacerbadamente “extractivista” no mundo industrial … em que praticamente não se concebem limites àquilo que se pode e deve retirar da Natureza … particularmente numa perspectiva de gerar um lucro constante e mais uma vez também numa óptica moral do “ser humano” estar aqui para controlar e dominar o planeta. Do ser humano ser superior a todas as outras espécies.

Na minha humilde opinião estou convicto de que dificilmente podemos esperar um mundo efectivamente diferente enquanto essa postura antropocêntrica de alguma forma prevalecer.

Podemos até acreditar que em função de todo a evolução tecnológica das últimas décadas a espécie humana se tornou dona e senhora do planeta … se tornou capaz de controlar toda a vida no planeta …

Mesmo sendo inegável que vivemos possivelmente uma época sem precedentes … nomeadamente no que concerne à capacidade do ser humano em utilizar soluções tecnológicas para suplantar por exemplo os próprios limites e factores naturais … a verdade é que é uma ilusão acreditar que este transcendeu por completo esses limites … desde logo o da mortalidade. Podemos ter uma esperança média de vida em geral superior à dos nossos avós, bastante superior até mas … nem por isso deixarmos de viver numa condição iminentemente frágil face por exemplo à nossa própria mortalidade.

Para além disso quando observamos a magnitude de uma catástrofe natural … de um sismo, de um furacão, de um “tsunami”, da erupção de um vulcão … é verdade que devido aos avanços tecnológicos provavelmente o nível de destruição causado por qualquer uma dessas catástrofes tende a ser menor … mas nem por isso menos … catastrófico em muitos casos.

É ainda importante salientar que é muito subjectivo falar dos avanços tecnológicos da nossa civilização quando o acesso a essa mesma tecnologia é ainda tão díspar …

Há milhões de seres no nosso planeta que não têm acesso a bens, nomeadamente meios tecnológicos, que para nós parece do mais elementar direito.

A verdade é que imersos que estamos na nossa própria realidade, torna-se difícil projectarmos-nos de forma a conseguirmos compreender minimamente a realidade dos outros. E a verdade é que tantas e tantas vezes estamos longe, muito longe, de conseguir imaginar e projectarmos-nos no sentido de perceber sequer minimamente o que é estar no lugar desses seres.

Dito de outra forma, creio que não estou a proferir nenhuma heresia se afirmar que a muitos níveis no essencial somos verdadeiros privilegiados.

E voltando à questão das catástrofes naturais e se calhar não tão “naturais”, se considerarmos que factores verdadeiramente antropogénicos acontecem cada vez mais (nomeadamente no contexto das alterações climáticas), também a esse nível os impactos são muito diferentes e tão mais “catastróficos” quanto menores forem as condições operacionais e logísticas, tecnológicas também, desses países para responder a um cenário de crise.

Então a verdade é que, em larga medida, continuarmos a estar longe de conseguir efectivamente controlar muitos factores e acontecimentos de ordem natural. Uma constação que poderia servir no minimo para questionarmos a validade moral do pensamento antropocêntrico.

Talvez as coisas estejam efectivamente a mudar e comece a haver uma procura por parte de alguns indíviduos e pequenos grupos da nossa sociedade por uma matriz e particularmente por estilos de vida que no essencial estão muito mais alinhados com uma forma de ser e pensar biocêntrica do que propriamente com o pensamento/padrão antropocêntrico dominante … e parece-me que esse caminho é sem sombra de dúvida o que faz cada vez mais sentido.


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#transicção #thechange2020 #covid-19:amelhorcalamidade? #ecologismo

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quarta-feira, 23 de junho de 2021

Ecoliza-te, Ep.5 Como ter uma pequena horta no nossoa apartamento?, por PJP


 

E aqui segue mais uma vídeo/reflexão do Projecto PJP.ECOLUTION,


Ecoliza-te, Ep.5 Como ter uma pequena horta no nossoa apartamento?, por PJP


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Obrigado e Boa Ecolução!!!


Alguns dados:


Estima-se que em 2025 cerca de 65% da população mundial viverá em cidades. Será que as nossas cidades têm que ser necessariamente espaços artificializados e improdutivos? O que será que podemos fazer para tornar as cidades habitats mais equilibrados e de alguma forma “naturais”?


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É um projecto que tem como principais objectivos, alicerçados numa profunda consciência espiritual e planetária, a mudança e o desenvolvimento pessoal e colectivo. Caracteriza-se por áreas de incidência tais como o ecologismo, o desenvolvimento integral e a consciência humana.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Solstício de Verão I 21-06-2021


O “Dia Mais Longo do Ano”.

Desde tempos ancestrais os povos antigos marcam toda a sua cadência, vida e ciclos pelos astros e pelas estações. Deixamos de o fazer por termos perdido tanto da nossa relação ancestral aos astros e à própria Natureza.

O Solstício de Verão é um dos momentos mais mágicos e místicos do ano. É o início da estação em que o Deus Sol nos toca com toda a sua pujança e vitalidade.

É tempo de expansão, de mais uma vez, em mais um ciclo, “queimarmos” o que excede e redunda em nossa vida. É tempo de abandonarmos memórias, vícios, complexos, traumas que nos impedem de exprimir toda a nossa plenitude e potencial. Abandonarmos com toda a gratidão por nos terem permitido aprender, reconhecer, evoluir.

É tempo de exprimirmos em todo o esplendor de nosso ser, de nosso corpo, de nossa alma, o que no mais íntimo de nossa existência sonhamos e queremos ser.

É tempo de viagens. De viagens que nos levem na busca e concretização dos nossos sonhos, visões e legítimas aspirações a uma humanidade mais fraterna e consciente.

Celebremos pois o Solstício e saltemos a fogueira onde arde um passado que agora parte para sempre.


#solstício #solstíciodeverão #soprosdaterra #ciclosdaterra #summersolstice #verão #summer #praia #beach #mar #sea #oceano #ocean #ciclosancestrais

#pjp.ecolution #panteísmo #transformação #transformation #fogo #fire #natureza #nature #mãenatureza #mothernature #terramãe #motherearth #tradiçõesancestrais

 

segunda-feira, 14 de junho de 2021

“COVID-19: A MELHOR CALAMIDADE que NOS PODERIA TER ACONTECIDO?” Partilha 5, HABITAÇÃO COLECTIVA

 

 

O principal objectivo do livro COVID-19: A MELHOR CALAMIDADE que NOS PODERIA TER ACONTECIDO? é o de “oferecer” o seu contributo para uma reflexão individual e colectiva que, acredito convictamente, poderia e deveria estar a ser efectuada durante todo este “choque”. A certos níveis creio que ela está já a acontecer mas a outros parece-me que existe uma pressão excessiva para que se tente simplesmente regressar “ao normal”, ou o mais próximo disso que conseguirmos, quase como se nada se tivesse passado … ou não houvesse nada a aprender e sobretudo … a mudar.

O livro está distribuído por áreas temáticas que têm por objectivo incidir sobre aspectos e questões que toda a situação da Pandemia do COVID-19 e crise subsequente poderá ter tido, eventualmente, o efeito de tornar ainda mais evidente. Uma reflexão fundamental no sentido de perceber potenciais linhas de mudança.

Se tiveres alguma sugestão ou ideia de alguma forma em que possas colaborar/ajudar na publicação deste projecto fico-te desde já muito grato. Abraços

Pedro Jorge Pereira


E aqui segue a “partilha” deste mês:


Partilha 5, HABITAÇÃO COLECTIVA, 2021-06

Outras das questões fundamentais quando falamos de habitação prende-se com o modelo dominante de habitação individual. Claro que, mesmo aceitando essa realidade, é um conceito de habituação individual limitado … sobretudo se considerarmos que hoje em dia uma grande quantidade das pessoas, eventualmente até a maioria, vive em edifícios partilhados, condomínios. É certo que habitualmente tratasse de uma realidade “circunstancial” e que não deriva necessariamente da vontade e determinação das pessoas em partilharem, ainda que parcialmente, o edifício onde habitam com outras pessoas. No entanto, de forma mais ou menos voluntária, o facto é que o fazem. Aliás, o próprio conceito de “condomínio” radica num modelo de gestão e habitação que se pode considerar colectiva. Pelo menos na sua vertente mais directa que é a da gestão dos espaços e equipamentos colectivos de um determinado edifício ou urbanização.

Por isso quando se fala em modelos de habitação colectiva não se está a falar de algo extremamente abstracto ou “longínquo” mas de algo que, em boa verdade, é uma possibilidade mais “próxima” e viável do que numa primeira análise poderíamos pensar.

Creio então que uma das “revoluções” com maior potencial prende-se precisamente com uma mudança desse paradigma ainda dominante de habitação individual. Parece-me que a habitação colectiva “tencional”, sobretudo se considerarmos a tremenda margem de crescimento que possui, será cada vez mais uma realidade. Ainda que “marginal” mas … uma realidade.

Se analisarmos a própria história esse é o modelo de habitação e mesmo organização social mais primordial e diria até … natural. Na história da humanidade o indivíduo evoluiu integrado em comunidades. Eventualmente em pequenos núcleos habitacionais que foram crescendo ao longo da história com especial ênfase no período pós Revolução Industrial, que de certa maneira deu origem às “grandes metrópoles”. Apesar de no período antecedente haver já alguns aglomerados populacionais que se poderia considerar como correspondendo a esse conceito. No entanto não constituíam a maioria, bem pelo contrário.

Do ponto de vista da inteligência na utilização e economia de recursos a habitação colectiva é de enorme pertinência e em certa medida pode-se afirmar que é o modelo que em boa verdade faz efectivamente “sentido”. Ou pelo menos mais sentido. Chegados a este ponto mais uma vez temos que referir como aspecto chave de referência o conceito do “individualismo” capitalista. A ideia de que cada um tem que ter um certo conjunto de bens e objectos como elemento de afirmação social é evidentemente de uma enorme ineficiência e até estupidez na utilização desses bens e objectivos.

Porque é que cada um tem que ter uma televisão, um carro, isto e mais aquilo?

Para além do elevado custo económico inerente à aquisição e manutenção desses objectos e equipamentos há evidentemente o elevado custo ecológico. O impacto ecológico sobre os ecossistemas naturais é brutal e simplesmente incomportável se todos os habitantes do planeta aspirarem a possuir esse conjunto de objectos e bens …

Um exemplo muito claro disso é o do próprio veículo automóvel … já que a tantos níveis possuí uim brutal impacto ecológico.

Assim sendo faz cada vez mais sentido o desenvolvimento e colocação em prática de modelos de partilha e utilização colectiva. Mesmo de equipamentos cuja utilização colectiva parece à partida mais difícil como o veículo automóvel.

Claro que um das principais questões que se coloca é a das eventuais dificuldades, ou melhor, prováveis dificuldades em conseguir desenvolver relações harmoniosas com outras pessoas sendo o grau de “implicação” tão elevado, estando-nos a referir à partilha do próprio espaço doméstico. O facto de ser difícil, ou o facto de ter uma implicação tão elevada, em nada inviabiliza essa hipótese. Na verdade podemos até afirmar que esse processo de desenvolvimento de relações e dinâmicas de relacionamento social, gestão de conflitos, etc. tem também um tremendo potencial de crescimento pessoal e colectivo. É um processo que se torna tão mais “orgânico” quanto maior for o número de casos e exemplos que demonstrem de uma forma concreta como é que se pode viver efectivamente em comunidade.

É também importante referir que eventualmente não existe “um modelo” de habitação colectiva mas sim dezenas, senão mesmo centenas de modelos possíveis. Cada um deles com um diferente nível de “implicação”. Pode ir desde modelos que efectivamente pouco diferem de um “normal” condomínio a situações de vida e partilha profundamente “comunitárias” ou se quisermos (apesar da conotação “pesada” que foi atribuída a essa designação pela forma como foi usado pelos regimes totalitaristas ditos socialistas) … comunistas. Onde praticamente todos os bens são utilizados de forma colectiva. Não há um modelo certo ou um modelo errado … existem muitos modelos possíveis ajustados à realidade concreta de cada grupo que decide viver de forma colectiva ou se preferirmos … comunitária.



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Sessão sobre Relacionamentos Amorosos Conscientes (Evento de Beneficiência), 6ªfeira, 09 de Fevereiro de 2024, 19h00

  CONTEXTO: Os relacionamentos amorosos são, sem dúvida, um dos contextos literalmente mais apaixonantes da nossa existência mas, ao mesmo...